Alternando o seu tempo entre dois ou mais projetos criativos vai certamente ajudar o seu pensamento subconsciente em cada um deles!
Seu cérebro é como uma caixa mágica, onde uma vez que você colocar coisas nele e agitá-lo um pouco você ficará surpreso(a) com o que sai. Mesmo se você não estiver pensando ativamente sobre o que colocou nele.
Mas espere um minuto: não é VOCÊ o seu cérebro?
Como é possível que seu cérebro possa trabalhar em coisas sem você estar consciente disso? O que está acontecendo dentro do cérebro para que seja possível pensar em algo sem realmente pensar sobre isso?
Acontece que nossos cérebros são mais do que aquilo que sabemos que eles são.
O cérebro é incrivelmente complexo, quase insondável. Ele consiste de milhões de pequenas conexões biológicas que usam componentes bioquímicos e eletricidade para interpretar e dar significado a coisas que, de outra forma seriam sem sentido para nós. É estimado que mais de 200 bilhões de bits de informação são processados no cérebro a cada segundo.
Como afirma David Eagleman em seu livro Incognito:
"Somos influenciados por movimentos aos quais temos pouco acesso, e que nunca teríamos acreditado se as estatísticas não os tivessem revelado".
Quando fazemos perguntas sobre como o cérebro funciona ou por que certas coisas produzem certos resultados, estamos apenas dizendo: "Vimos essa coisa acontecer algumas vezes antes e parece fazer sentido, assim como a física: isso deve ser como funciona."
Então, se perguntarmos: o trabalho em múltiplas coisas separadas, ao mesmo tempo, beneficia o resultado? Devemos olhar para o que vemos de relevante no mundo sobre esta questão.
Como uma anedota podemos dizer que sim, saltar em torno de projetos diferentes beneficia o trabalho que produzimos e aumenta a probabilidade de um resultado criativo. Fazer uma pausa para trabalhar em outra coisa pode ajudar a evitar a fixação em soluções existentes. Albert Einstein é famoso por fazer pausas de suas descobertas científicas para praticar o violino. Elon Musk tem estado ocupado não só inventando foguetes espaciais revolucionários ao longo dos últimos anos, mas ele também tem trabalhado para inovar em áreas como células de bateria, energia solar e veículos eletrônicos.
Também vemos evidências de múltiplos esforços simultâneos sendo benéficos em estudos de laboratório. Analisamos melhor como os períodos de incubação cognitiva levam a insights. Pesquisas descobriram que a definição de metas únicas para várias tarefas e saltos entre cada um deles levam a uma produção mais criativa.
Mas como isso tudo acontece sem que nós saibamos exatamente? Como podemos resolver problemas sem realmente pensar sobre eles?
As mesmas perguntas poderiam ser feitas sobre funções básicas: como sabemos respirar quando estamos dormindo? Como nosso coração mantem uma batida saudável quando vamos para uma corrida?
Isso é a magia do cérebro em ação.
Nos círculos criativos, isso é conhecido como incubação, o segundo estágio dos quatro estágios idealizados da criatividade: Preparação, Incubação, Insight e Avaliação.
Incubação é quando uma idéia é capaz de sentar em sua mente sem ser alterada. Significa fazer uma pausa da sua lição de casa e ir para uma caminhada, ou em vez de trabalhar em uma tarefa profissional focar em um passatempo, ou (neste caso) pular de um projeto a outro. Podemos assumir que essas táticas funcionam porque quando trabalhamos em uma coisa por um determinado período de tempo as partes do cérebro que lidam com a atividade em questão serão utilizadas ativamente.
É como quando você constantemente escreve ou diz a mesma palavra por cinco minutos, seu cérebro trabalha ativamente sobre a palavra e de repente a palavra não faz sentido. Trabalhar no mesmo problema específico ou tarefa por qualquer período de tempo significa que os neurônios em seu cérebro lidando com esse trabalho estão sendo muito utilizados, enquanto outras áreas ficam incapazes de serem utilizadas, dificultando a nossa capacidade de "pensar de forma diferente".
Isso também pode ajudar a explicar por que nosso subconsciente ainda é capaz de "trabalhar" na tarefa enquanto nossa consciência está em outro lugar: a rede neural foi ativada de tal forma que ainda está disparando ecos, que podem ou não interferir ou combinar com novos estímulos para a outra tarefa relevante (ou distração).
O problema que você pode encontrar é saber o que trabalhar, quando e por quanto tempo.
Estudos têm mostrado que períodos de 25 minutos de trabalho focado aliados à 5 minutos de descanso são benéficos, mas você deve encontrar seu próprio equilíbrio. O mais importante é saber qual o momento certo para trabalhar em cada um dos projetos.
Sua melhor aposta é encontrar o que funciona para você, mas em termos de pesquisas foi encontrado que alternar tarefas não relacionadas é o melhor. Então, se você está trabalhando em um problema lógico, pragmático, onde você sabe que a solução existe, mas você tem que buscá-la, considere saltar para um problema mais criativo ou artístico, onde você possa usar uma parte do seu tempo fazendo algo mais exploratório.
O benefício é claro: ao saltar entre diferentes tipos de projetos você se abre para diferentes modos de pensar, o que possibilita a criatividade.
Lembre-se sempre que durante os 25 minutos de trabalho você deve focar inteiramente na tarefa que está realizando. A alternância só é produtiva quando você alterna grandes períodos de tempo. Por isso, se você está preso em um problema lógico, o melhor caminho a seguir é chegar a um processo criativo. E se você está preso em um desafio criativo, uma mudança para o pensamento lógico pode ajudar a expor o que você está cego cognitivamente.
Gostou das dicas para aguçar sua criatividade? Comente conosco abaixo :)
Interessante! Gostei muito. Obrigada pela explanação.
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